quinta-feira, 9 de julho de 2015

Nota biográfica - Rosa Luxemburgo [5-3-1871 / 15-1-1919]



Rosa com sobrenome Luksenburg, nasceu de uma família judaica em uma pequena cidade próxima a Lublin, na Polônia, que então integrava o Império russo. Por erro médico, quando ela tinha quatro anos, passou a ter uma perna mais curta que a outra e a mancar por toda a vida. Morando com a família em Varsóvia, em 1887, aos 17 anos adere a uma organização clandestina chamada Proletariat, vinculada aos populistas radicais russos.

Em 1889 foge clandestinamente da Polônia para a Suíça onde vai desenvolver seus estudos universitários e a tese O desenvolvimento industrial da Polônia, publicada em Leipzig em 1898. Faz casamento com G Lübeck para obter cidadania alemã, indo em seguida para Berlim; torna-se grande amiga de Louise Kautski. Aos 23 anos, em 1890, conhece Leo, revolucionário lituano. Forma par amoroso com ele – Leon Jogisches (1867-1919) –, que será por 15  anos seu companheiro de amor e por toda a vida seu camarada de militância.
Ali também se vincula aos exilados russos e poloneses, a Plekhanov, Axelrod, Parvus (Helfand), V. Zasulich e outros. Será fundada a II Internacional (ou Internacional Socialista) formada por duas tendências, a majoritária, proclamada “ortodoxa”, encabeçada por Kautski (1854-1938) e Plekhanov (1856-1918) e uma corrente minoritária, que se define como “socialista revisionista”, cujo principal porta-voz é Eduard Bernstein (1850-1932).
Rosa irá – da mesma forma que Lenin – polemizar com ambos, primeiro com Bernstein no final do século XIX e em seguida, em 1910, com Kautski.
Como representante da social-democrática polonesa participa do congresso da II Internacional em Londres em 1896, como inimiga mortal do socialpatriotismo dos próprios socialistas poloneses (que em 1914 se entregam ao militarismo imperialista).
Em 1898 vai ingressar na social-democracia da Alemanha. E começa forte polêmica contra Bernstein, por conta de que este se lança a abandonar as principais teses de Marx e F. Engels. Publica artigos contra Bernstein no jornal suíço; em forma de coletânea, seus textos vão compor seu celebre livro Reforma ou revolução. Será publicado em 1900.
Presa de agosto a outubro de 1904, na Saxônia, acusada de insultar o imperador Guilherme em discurso público.
Em 1905 integra a revolução polonesa, a insurreição de Varsóvia (ela e Leo chegam a Varsóvia para participar da Revolução Russa que tinha começado no início do ano; lembremos que a Polônia é Império Russo). É presa em março e ameaçada de execução; consegue ser liberada com caução e conseguindo a liberdade, vai para a Finlândia; lá escreve, Greve de massas, partido e sindicatos, publicado em seguida na Rússia. Nele critica agudamente a burocracia parlamentar e sindical dos partidos socialistas ocidentais. 
Na Finlândia conhece revolucionários russos, inclusive Lenin. Participa, em 1905, como professora (substituindo o austríaco Rudolf Hilferding) de economia política e história na escola de quadros do partido – continua nessa tarefa até 1914 – e seus cursos serão publicados mais adiante com o título de Introdução  à economia política.
Em 1907 inicia relacionamento amoroso com o filho de Clara Zetkin, Konstantin, que dura até 1912. Também em 1907 participa do congresso em Londres, do Partido Operário social-democrata russo, como delegada da Polônia e Lituânia. É presa ao voltar a Berlim.
Em 1910 começa sua ruptura teórica e política com a direção oficial da social-democracia alemã que gira progressivamente para a direita e o oportunismo. Polemiza vigorosamente com Kautski sobre o tema da greve de massas.
1913: publica seu A acumulação do capital. E é condenada a um ano de prisão, em 1914, por pronunciar um discurso contra o militarismo em 1913. Seu advogado foi Paul Levi, com quem tem breve relacionamento amoroso.
 Com a I Guerra  mundial, a Internacional socialista se divide em uma maioria esmagadora que apoia sua burguesia na guerra e uma minoria, que Rosa integra, que em 1919 fundará a III Internacional ou Internacional comunista.
Em dezembro de 1914, apenas 19 deputados votam contra os créditos de guerra na Alemanha.
A primeira declaração pública contra a rendição do socialismo reformista diante da guerra e sua submissão à burguesia militarista, é assinada em 1914 por Rosa, mais K. Liebknecht (1871-1919), deputado no parlamento, (Reichstag), F. Mehring (1846-1919) e Clara Zetkin (1857-1933); todos eles formarão o grupo Liga Espartaco (Spartakusbund), inicialmente chamado de grupo “Internacional”.
Rosa passa o ano de 1915 na prisão. Ali escreve o folheto de Junius ou A crise da social-democracia. Nele  formula a célebre disjuntiva “Socialismo ou barbárie”. Ali também escreve o primeiro número de Die Internationale, com K Liebknecht, publicação  imediatamente proibida.
Em 1916 é presa de novo após ter sido, com Liebknecht, principal oradora de um ato público. Só será libertada no fim da guerra, em 1918. Começa na prisão a redigir o primeiro número das Cartas de Espártaco, que continuarão saindo até outubro de 1918 (número 12). Também da prisão acompanha a Revolução Russa. Em 1917 Rosa se entusiasma profundamente com a vitória dos trabalhadores na Rússia e saúda calorosamente a Revolução Russa. Também tece críticas que não faz publicar.
Em dezembro, em plena greve geral na Alemanha, com renúncia do governo imperialista, Rosa sai da prisão em novembro de 1918, e encabeçará a direção política da Liga Espártaco. Vai para Berlim onde a revolução começara, dirige o jornal Die Rote Fahne (A bandeira vermelha). Os social-democratas, velhos companheiros de partido passam a integrar o governo.
Em dezembro de 1918, os espartaquistas, mais os chamados “radicais de esquerda” fundam o PC da Alemanha, a partir do congresso da Liga Espártaco. Ali ela pronuncia seu discurso sobre o programa (O que quer a Liga Espártaco?). Em seguida, janeiro, integra a direção da insurreição operária e da comuna de Berlim.
Neste mês, no dia 15 de janeiro, será capturada e assassinada por mandato da social-democracia governista. Seu cadáver, lançado no rio (canal Landwehr), somente foi encontrado cinco meses depois. Ao longo dos meses os grupos paramilitares dirigidos pelo social-democrata G. Noske assassinam cinco mil militantes comunistas em todo o país.


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